Ambientalista alerta: Azulão Nordestino corre alto risco de extinção
O Azulão do Nordeste é uma ave muito cobiçada pela sua beleza exuberante, cantar bonito, alto e mais rápido que os demais, além de possuir uma cor chamativa. Por essas características, o Azulão do Nordeste torna-se objeto de desejo dos predadores humanos.
“O Azulão do Nordeste macho tem uma plumagem azul muito forte, com aparência de cinza em algumas partes. As manchas da cabeça e da asa são um azul céu brilhante, e o bico parece ser maior e mais cônico que nos outros tipos. A fêmea do Azulão do Nordeste é um pouco avermelhada puxando mais para a cor canela. Quando jovem, o Azulão do Nordeste também é avermelhado como a fêmea, mas ao passar para a fase adulta, ele troca a plumagem pelo azul que começa aos poucos a surgir algumas penas azuis no meio da plumagem vermelha até ficar completamente azul. Quando jovem o Azulão do Nordeste já canta, mas é na fase adulta que seu canto se torna alto e melodioso atraindo os predadores humanos”, explica o ambientalista Aramy Fablicio.
HábitosO ambientalista explica que “o Azulão do Nordeste é encontrado em toda a região árida do nordeste. Seu habitat são os arbustos. Esta ave é territorialista. Não é possível vê-la em bando. Se existe um casal em certa localização, só será possível encontrar outro casal em uma certa distância. Os filhotes de azulão ficam com seus pais até um certo tempo, depois já partem para uma vida “independente”, pois o instinto territorialista do azulão não o deixará ficar por perto após estar na fase adulta.
Assim, o filhote terá que achar seu próprio território e sua parceira para acasalamento. Se um macho invade o território de outro, com certeza haverá um conflito, e será bem violento. Por isso existe um certo respeito entre as aves e seus territórios, mas sempre há aquele mais valente que, por território ou por uma fêmea, entrará em conflito e conquistará o desejado”.
ReproduçãoO azulão se reproduz aqui no nordeste no período das chuvas, constrói seu ninho não muito longe do solo e cada ninhada geralmente tem entre 2 e 3 ovos, tendo de 3 a 4 ninhadas por temporada. Os filhotes nascem entre 13 e 15 dias após a fêmea botar os ovos.
Risco de extinção
“O Azulão Nordestino já estar praticamente extinto, pois não se encontra mais na natureza. Talvez se encontre uma ou outra em algum lugar do nordeste, mas ela só estará livre até encontrar um predador humano, pois a procura por esta ave rara é muito grande devido ao seu valor comercial e sua beleza. Quase todo brasileiro conhece o Azulão, mas aprisionado em gaiolas, pois na vida selvagem praticamente não existe mais. Nos anos de 1980 ainda era comum se ver alguns azulões, mas cada vez foi ficando mais raro aqui na Paraíba, hoje é praticamente impossível você encontrar um livre na natureza”, alerta o ambientalista.
Hoje encontramos o Azulão Nordestino aprisionado em gaiolas desde a casa de um simples camponês, nas casas de pessoas em pequenas cidades, médias e grandes metrópoles do Brasil e até do exterior. “Quando criança eu conhecia o Azulão Nordestino aprisionado em gaiolas apenas devido ao seu belo canto, mas hoje os criadores o usam também como ave de briga em rinhas onde rolam altas apostas como as de canário da terra e galo de briga”, recorda o ambientalista Aramy Fablicio.
Para Aramy, “A captura é a maior causa das extinções, mas o desmatamento desordenado dos arbustos, árvores nativa das regiões áridas também contribui; Com todos esses fatores a ave foi ficando cada vez mais rara. Se houvesse uma conscientização da sociedade em soltar todos os azulões das gaiolas na natureza, seria difícil a reprodução, pois não teríamos as fêmeas livres na natureza e ainda teria outro problema que seria os capturadores de animais. Seria necessário também um grande trabalho de reabilitação dessas aves e soltas em áreas de preservação ambiental como o Projeto Natureza Livre em Fagundes onde todos os proprietários de terra aderiram à causa ambiental”.
As leis do país proíbem a caça, a captura de animais silvestres e maus tratos a animais domésticos e domesticados, como a lei de nº 9.605/98 e qualquer outro tipo de crime ambiental. Mas “as políticas ambientais são falhas, quase toda casa no Brasil tem um animal aprisionado e não se faz nada. É “normal” vermos aves nas gaiolas em frente às casas, pessoas desfilando com animais silvestres nas ruas, comércio desses animais em feiras livres. Creio que deveria ser tolerância zero, pois quando as pessoas são pegas com drogas ilícitas são punidas, o mesmo deveria acontecer quando pegas com animais selvagens, porém o pior de tudo é a sociedade civil que continua mantendo essas criaturas em cativeiros mesmo sabendo que estão indo contra a lei do homem e a lei de Deus”, desabafa o ambientalista.
(FONTE) http://www.clickpb.com.br/
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