O vermelho está amarelando

Não há deuses na política, diz o articulista Gaudêncio Torquato:
A onda vermelha começa a amarelar. O sentido do verbo é menos o de mudança cromática e mais o de perder o viço, o frescor, empalidecer por causa da idade, conforme ensina Houaiss em seu dicionário. A perda da vitalidade pode ser observada tanto na estética da paisagem quanto na semântica do discurso. Até a governante-mor mostra recato na liturgia do poder, ao usar com parcimônia seu tailleur vermelho. A referência, logo decifrada pelo leitor, é sobre o Partido dos Trabalhadores.
Todos recordam a miríade de estrelas e bandeiras rubras se espraiando por todos os cantos - das praças centrais das metrópoles, passando pelos jardins do Palácio do Alvorada e enfeitando as poeirentas ruas de distritos dos fundões do País. Nesta campanha eleitoral já é possível prever que a maré vermelha não chegará à praia com o volume de água e a força de arrebentação que destroçavam territórios povoados por outras cores partidárias. A se confirmarem projeções que indicam um refluxo eleitoral do PT em tradicionais domínios, pode-se aduzir sem risco de errar que, ao chegar aos 32 anos de vida, o tecido petista se mostra roto.
Fonte: http://otambosi.blogspot.com.br/2012/09/o-vermelho-esta-amarelando.html

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